Há algum tempo, sabemos a respeito das deploráveis ações de um tal Sr. RPS, que tive o desprazer de conhecer há alguns anos e a respeito de quem guardo as piores lembranças e impressões. Ainda que a Providência não tenha permitido que de mim ele recebesse qualquer iniciação, testemunhei uma delas, conheço boas pessoas que o iniciaram e sinto-me na obrigação de registrar, de maneira clara, o meu repúdio e a minha repulsa. Esse, afinal, é meu dever como professor na Tradição e Conservador dos Ritos e das Tradições, compromissos por mim assumidos com máxima seriedade.
O Sr. RPS acessou textos de instrução de diversas organizações iniciáticas tradicionais, algumas das quais fez parte, outras não. Hoje, ele as vende como se delas fosse proprietário, ou mesmo como se alguém pudesse se arrogar a posse de uma tradição espiritual. “O conhecimento é para todos e não de alguns poucos que se acham escolhidos. Os segredos serão revelados para quem desejar. Sem imoralidade ou juramentos. Não jure mais a ninguém e tenha os ensinamentos a sua disposição para estudar e crescer sozinho” – diz ele. Em sua maioria, tais instruções foram escritas por professores da Tradição de maneira altruísta, sem esperar recompensa alguma pelo trabalho que estava sendo feito, como uma maneira de servir à Tradição. O Serviço faz parte do Caminho, como salientei numa publicação a esse respeito no final do último ano. Infelizmente, lidar com charlatões, perjuros e traidores cada vez mais vem fazendo parte do Caminho.
É curioso notar que o Sr. RPS vista a máscara de bom moço, dizendo que “o conhecimento é para todos”, mas cobrando – e bem caro – por esse conhecimento. Fosse o Sr. RPS tão altruísta como quer fazer parecer nos seus insistentes anúncios em redes sociais, por que então não oferece esse material gratuitamente, mas o vende escancaradamente? Aliás, “vender” sequer seria o verbo apropriado, pois, legalmente, só se pode vender aquilo que se tem, e o Sr. RPS faz comércio daquilo que lhe foi dado gratuita e sigilosamente, quando não obtido por vias tortas.
Evidentemente, ainda que o Sr. RPS pretenda o contrário, não é a pirataria ou o contrabando de materiais de escolas iniciáticas que levará alguém à Iniciação em suas diferentes modalidades (Iniciação Simbólica, Investidura Iniciática, Investidura Sacerdotal ou Iniciação Real). Material algum, aliás, é necessário à Iniciação Real. O Espírito sopra quando e onde a Providência determinar. As organizações iniciáticas tradicionais podem catalisar o processo que encaminha o buscador à consecução espiritual, mas isso somente quando o buscador, com pureza de propósito, se entrega por inteiro ao caminho que decidiu percorrer e consegue por ele fluir. Ainda que as diferentes organizações iniciáticas autênticas transmitam, em suas cerimônias, um poderoso influxo espiritual, como diferentes corpos da Tradição Esotérica do Ocidente, elas ensinam seus membros a se capacitarem a ser “iniciáveis” na Iniciação Real – tornamos o Graal um recipiente vazio capaz de ser preenchido pelo elixir do Espírito. Como nada disso é considerado pelo Sr. RPS , temo que ela nunca tenha, de fato, se aproximado ao Coração do Caminho. Afinal, muito longe de ter alcançado a Iniciação – Real, Sacerdotal ou mesmo puramente Simbólica -, ele dá mostras de que sequer ter entendido aquilo que leu nos materiais que hoje mercadeja.
Já fizemos essa denúncia a diversas organizações que, tendo constatado a violação dos direitos autorais de suas instruções, tomarão as providências cabíveis. Mais recentemente, entretanto, esse cidadão perjuro teve a audácia de fazer propaganda da sua atividade comercial em um comentário feito numa das minhas publicações neste site. Deixo aqui, portanto, minha resposta necessariamente contundente e indignada.
Tendo violado os compromissos sagrados assumidos ante as tradições eclesiástica, martinista, maçônica, rosacruz, cavaleiresca etc., ou seja, tendo rompido com os votos que livremente escolheu proferir diante da Tradição Esotérica Ocidental, não há outro destino possível que não seja o da vergonha e o da excomunhão. “A mesma mão que transmite ao eleito os privilégios da iniciação arroga-se do dever de tomá-los de volta no caso de o iniciado mostrar-se indigno”. “A mão que se ergue para a benção é a mesma que pode se erguer para a maldição”. Sr. RPS , que seu nome seja esquecido tal como aquele que é escrito sobre a neve, conseguindo manchá-la apenas muito transitoriamente.
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