Bibliografia do Martinismo

Trecho do livro ABC do Ocultismo, de Papus. Utilizamos aqui a tradução da Sociedade das Ciências Antigas (SCA) publicada pela Editora Martins Fontes. As tabelas postadas no formato de imagem também se encontram neste livro. A importância desse trecho dá-se pela ideia do próprio Papus da formação martinista.

Para o martinista, é inútil demorar-se sobre o começo dos estudos psíquicos. Enquanto os homens da ciência ou os chamados espíritos “positivos”[1]Nota do Editor: Talvez uma tradução melhor fosse “positivistas”. que se iniciam nos estudos do Ocultismo passam a maior parte de seu tempo tentando saber se os fenômenos de magnetismo e mediunidade são exatos, o martinista considera isso como dado[2]NE: o martinista não tem dúvida que esses fenômenos são reais..

Deixa aos outros, portanto, essas discussões infantis sobre a boa fé dos médiuns e sobre o adormecimento real dos sujeitos: ocupa-se com problemas mais elevados.

O que os martinistas precisam é, primeiro, uma ideia geral do Ocultismo, em suas duas principais tradições, a do Ocidente, ou cabalística, e a do Oriente, ou sânscrita, ambas, aliás, oriundas do antigo Egito[3]NE: Desconsideremos os erros históricos e foquemos na ideia central do texto..

A seguir, precisam de ferramentas positivas para investigar as ciências antigas, de modo que possam verificar os nomes próprios e as palavras sagradas empregadas.

Essas ferramentas são as línguas sagradas da Antiguidade[4]NE: Observe que ele não pede para aprender a falar a língua, mas que estudemos o básico sobre o seu alfabeto. ou, antes, seus primeiros elementos, para poder verificar cada termo em um dicionário. O martinista deverá, portanto, estudar três alfabetos:

  1. o alfabeto hebreu;
  2. o alfabeto sânscrito (devânagari);
  3. o alfabeto egípcio.

Uma vez de posse desses instrumentos, deverá aplicá-los ao estudo da Cabala e do Hermetismo, depois ao estudo do Simbolismo e da Franco-Maçonaria em seus diversos ritos.

Aí então o martinista estará em condição de aplicar seus conhecimentos, agindo no plano invisível. O Misticismo, a Teurgia e a Psicurgia[5]NE: Estudo dos fenômenos parapsíquicos. deverão atrair particularmente sua atenção.

Os livros não são mais do que instrumentos destinados a dirigir a meditação cerebral e preparar a digestão e a assimilação intelectuais. Assim, vamos oferecer uma lista de livros especialmente simples e práticos. Por essa razão, somos obrigados a deixar de lado uma boa quantidade de livros bastante interessantes; isso não significa que os autores não citados sejam excelentes, mas simplesmente que o leitor mais tarde os encontrará, e que a nossa lista contém apenas os livros destinados a dar uma ideia geral de cada questão.

Finalmente, o aspecto financeiro também tem a sua importância para o estudante que inicia suas pesquisas. Por isso, dividimos os volumes em três séries, segundo o seu preço e em seis seções, conforme os estudos  a que se destinam. Um leitor isolado ou um grupo de leitores reunidos em Lojas poderão estabelecer um estreito paralelismo entre suas posses financeiras e os livros a adquirir.

Mais adiante, apresentamos a relação dos livros a estudar. A seguir, damos um modelo do ciclo de estudos, que poderá ser modificado por cada estudante e servirá de guia geral. Cada ciclo pode compreender um mês, de modo que os estudos completos podem ser realizados em dezoito meses. É claro que esse ciclo pode ser aumentado ou diminuído pelo estudante, conforme sua rapidez de compreensão ou seus estudos anteriores.

I.

  1. História das raças humanas, tradições, etc.
  2. Teoria geral e Filosofia (Saint-Martin, Saint-Yves d’Alveydre, etc.).
  3. Uma língua sacra: hebreu.
  4. Psicurgia (primeiros elementos práticos).

II.

  1. História e simbolismo (Sociedades secretas e Maçonaria).
  2. A Cabala.
  3. Uma língua sacra: o sânscrito.
  4. A Magia e as adaptações (Hipnotismo, Magnetismo, Orações).

III.

  1. História da Alquimia e da Rosa-Cruz (Martinismo).
  2. As religiões do Oriente: Budismo, Bramanismo e Taoísmo.
  3. Uma língua sacra: o egípcio.
  4. O Espiritismo: sua transformação desde a Antiguidade; sua adaptação.

IV.

  1. Os Cultos e seu esoterismo em todas as religiões.
  2. A antiga iniciação no Egito; a Pirâmide e o Templo.
  3. O Hermetismo; A Alquimia; A Astrologia; O Arqueômetro.
  4. A Maçonaria prática: constituição de um rito; as diversas adaptações sociais.

Referências

Referências
1 Nota do Editor: Talvez uma tradução melhor fosse “positivistas”.
2 NE: o martinista não tem dúvida que esses fenômenos são reais.
3 NE: Desconsideremos os erros históricos e foquemos na ideia central do texto.
4 NE: Observe que ele não pede para aprender a falar a língua, mas que estudemos o básico sobre o seu alfabeto.
5 NE: Estudo dos fenômenos parapsíquicos.

Comments

Uma resposta para “Bibliografia do Martinismo”

  1. Bruno Arangio

    Que assim seja!!!

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