Neste meu primeiro artigo, gostaria de repassar algumas reflexões de uma longa e solitária jornada espiritual em busca de evolução e de um espaço onde pudesse me sentir não só acolhido, mas também entre pares que estivessem na mesma frequência. É através dessa jornada, que culminou na consagração de uma nova Heptada Martinista na capital paranaense, que, para além do ato, possui uma série de significados que exploraremos nas linhas a seguir.
Convido-o a imaginar cada palavra de forma vívida em sua mente para ilustrar o processo.
Começamos a jornada, em algum momento, no meio de nossa torrente – nos encontramos em nossa noite escura da alma, lidando com todos os tipos de conflitos e obstáculos, cansados e angustiados. Ainda nessa torrente, um lampejo acontece, um ponto de inflexão, uma tomada de consciência de que existe algo maior do que aquilo, que insufla em nosso ser um Desejo de sair daquela condição e ir para algo Novo. Em termos práticos: sair do caos da nossa vida cotidiana, superar nossos desafios na vida pessoal ou galgar novos degraus em nossa jornada profissional. A chama do desejo ardente foi inflamada em nossos corações e nos impulsiona a agir.
OUSAMOS, então, trilhar caminhos espirituais que nos afastem da torrente, reformando nosso íntimo ainda como uma criança que precisa se apoiar em algo para não cair enquanto aprende a andar.
É neste aspecto que a senda martinista aparece e nos proporciona um caminho completo em si, cheio de aspectos funcionais, práticos e aplicáveis à nossa vida cotidiana. Não só para nos desenvolvermos enquanto seres humanos encarnados nesta vida terrena, mas também como um catalizador e potencializador do nosso desenvolvimento espiritual e psíquico.
Consagrar, uma nova Heptada, portanto, é estabelecer um novo centro de união, de desenvolvimento e de labor. É um passo a mais em direção ao nosso objetivo da Reintegração da Humanidade e um privilégio que poucos martinistas terão a oportunidade de presenciar.
A consagração de uma nova Heptada invariavelmente se depara com o mesmo caos virtual do início dos tempos, uma desordem tal qual nos encontramos em nossa torrente. Consagrar uma nova Heptada, portanto, passa pelo mote Ordo Ab Chao, a busca de organizar todas as coisas, solicitar ajuda do divino e trazer um novo lampejo de luz para aquele determinado lugar. Fiat Lux!. “E a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam.”
Uma vez organizado o caos e feita a luz, agora aquele novo centro poderá iluminar novos Irmão e Irmãs através da verdadeira iniciação. No entanto, ela só pode ser feita através e por intermédio dos Mestres do Passado, que nos liga à fonte da Verdadeira Luz.
Para isso, é necessário que os Irmãos e Irmãs se conectem verdadeiramente com os Mestres do Passado, Desconhecidos e Silenciosos, Invisíveis e Visíveis, que representam o Colégio Invisível, são eles que vivificam, protegem, adornam e consagram, através de sua influência astral a nova Heptada, dedicada à Glória de Ieshoua.
O estudo do simbolismo da consagração de uma Heptada nos ensina muito sobre a nossa busca Martinista, confiada em grande parte aos nossos cuidados individuais.
Uma Heptada possui três deveres essenciais. Em primeiro lugar, é um refúgio para os Martinistas se associarem e abrirem seus corações à Luz Divina e comungarem com o Soberano Arquiteto do Universo. Em segundo lugar, provê um abrigo para o Homem ou Mulher de Desejo e dá a eles instrução no Caminho Martinista do Coração, e assim inicia todos aqueles que desejam sair da Floresta dos Erros no Caminho para a Reintegração. Finalmente, é uma expressão permanente do ideal Martinista, longe do mundo profano, onde os nossos símbolos podem se manifestar em sua plenitude para a glória de Ieschouah, Soberano Arquiteto do Universo, e assim trabalhar para a Regeneração da Humanidade.
Consagrar uma nova heptada significa, portanto, o avanço da luz sobre as trevas, a ordem no caos, homens e mulheres de desejo saindo de suas torrentes e se tornando novos seres em busca e no caminho da reintegração, trabalhando para a honra e glória de Ieshoua.
Na Luz do Divino Reparador, caminhemos…
Sâr John Yarker S::I::I::
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