ESTRUTURA
77. Quais corpos compõem a Igreja?
A E.G.A.L. é estruturalmente composta por Soberanos Santuários da Gnose e Grandes Santuários da Gnose, que dirigem os Santuários da Gnose, seus Círculos Interiores de Perfeitos, as atividades da Ordem da Pomba do Paráclito e que respectivamente formam o Collegium Pontificum e o Synodus Magnus. A E.G.A.L. atua de maneira rizomática e em conformidade com a tradição da Igreja Invisível (para uma compreensão mais profunda desse mistério, recomenda-se a leitura de A Nuvem sobre o Santuário de Karl von Eckartshausen).
Cada Soberanos Santuários da Gnose é dirigido por um Pontifex ou por uma Sophia. Os Soberanos Santuários da Gnose portam-se como arquidioceses responsáveis por Grandes Santuários da Gnose que, por sua vez, portam-se como dioceses. Os Grandes Santuários são dirigidos pelos Episcopi (Bispos Gnósticos) e são responsáveis pelos Santuários da Gnose, cada qual dirigido por um Sacerdos (Sacerdote Gnóstico).
A Assembleia de Pontífices é denominada Collegium Pontificum. A Assembleia de Episcopi é denominada Synodus Magnus. Ambas são presididas pelo Pontifex Primus, que também gere o Soberano Santuário da Gnose de Elias, Santuário Primaz da Igreja. Para auxiliá-lo nas responsabilidades de seu ofício, o Pontifex Primus designa o Pontifex que exercerá o ofício de Pontifex Primus Adjutor, seu único representante e herdeiro. Os ofícios de Pontifex Primus e Pontifex Primus Adjutor, bem como a membresia do Collegium Pontificum, são reservados a Pais R+C da R+C Oculta.
78. São, então, quantos corpos?
A E.G.A.L. compreende quatro Círculos, sendo dois interiores e dois exteriores, um Summum Supremum Sanctuarium, uma Ordem de Cavalaria (Ordem da Pomba do Paráclito) e uma Ordem interior invisível (Ordem dos Irmãos Iluminados da Rosa+Cruz).
79. Por quantos e quais círculos a E.G.A.L. é formada?
São dois os Círculos da E.G.A.L.: Círculo Exterior dos Alunos e Círculo Exterior dos Discípulos.
80. Por quantos e quais círculos a E.GRAAL é formada?
Os Círculos Interiores pertencem à E.GRAAL, a Igreja Interior ou Igreja do Graal, e são chamados de Círculo dos Perfeitos e de Círculo dos Barbelitas. A entrada no primeiro é garantida pelo Batismo do Fogo e no segundo, pelo Sacramento Solar.
81. O que é o Círculo Exterior dos Alunos?
A Igreja Gnóstica, por um lado, tal como muitas outras organizações tradicionais, vela pela qualidade de seus membros e não pela sua quantidade. Por outro lado, a Igreja também se mantém vigilante para que, dentre seus membros, encontrem-se Iniciados esclarecidos que verdadeiramente estejam afinados com a Tradição e com os Objetivos da Igreja. O objetivo do Círculo Exterior de Alunos é justamente esse.
82. O que é necessário para se entrar o Círculo Exterior dos Alunos?
Sinceridade de propósito, apadrinhamento e comprometimento com a Provação do Silêncio.
83. Qual o objetivo de um Aluno Secreto?
A tarefa do Aluno Secreto é a de colocar-se num estado receptivo a um tipo de reflexão profunda de maneira a encontrar, em seu próprio coração, a confirmação do desejo manifesto de se unir à E.G.A.L.. A Fase do Aluno também é, sobremaneira, dedicada à provação.
84. Qual a diferença entre um Aluno Secreto e um Aluno Perfeito?
Tratam-se de dois Graus distintos da Fase de Aluno. O primeiro é o pórtico de entrada para a Igreja Exterior. O segundo, para a Igreja do Graal.
Enquanto o Aluno Secreto se prepara para ser admitido nos Círculos Exteriores, o Aluno Perfeito é aquele devidamente preparado para acessar os níveis interiores da Igreja.
85. Quais são os membros do Círculo Interior dos Barbelitas?
No Círculo Interior dos Barbelitas encontram-se os membros da Assembleia que, vocacionados, receberam o Sacramento Solar em um de seus graus. O Sacramento Solar é dividido da seguinte maneira:
A Tonsura, ou Prima Tonsura, é a cerimônia na qual o Episcopus confere ao Impetrante o primeiro grau de Ordem – ORDEM DO CLÉRIGO. Ela é preparatória e é condição para o recebimento de qualquer outra Ordem Menor.
Membros da ORDEM DO PORTEIRO, também conhecidos como OSTIÁRIOS, são os responsáveis pelas portas da Igreja e zelam pelo sino e suas badaladas. Eles zelam ainda pela proteção do cumprimento dos atos litúrgicos, mantendo o Santuário livre de qualquer pessoa que venha atrapalhar uma cerimônia. Nesse sentido, são guardiões dos Santuários da Gnose.
Membros da ORDEM DO LEITOR são os responsáveis por lecionarem as leituras na Santa Missa, zelando pela dicção e pelo entendimento de todos mediante uma leitura razoável e efetuada segundo as diretrizes litúrgicas. Um leitor se especializa na prática dos cânticos sagrados e assume, ao receber sua Ordem, o dever moral de ser um estudioso dedicado das escrituras tradicionais gnóstico-herméticas. Contudo, os leitores não devem se restringir em seus estudos, procurando sempre desempenhar o estudo sistemático de religiões comparadas.
Membros da ORDEM DO EXORCISTA eram tradicionalmente responsáveis pelo auxílio dos padres nos exorcismos, preparando os livros, objetos litúrgicos, espaço físico e as orações próprias. Contudo, exorcismos somente eram desempenhados por Presbíteros devidamente preparados. Na E.G.A.L./E.GRAAL, os Irmãos Menores Exorcistas são os responsáveis pelo auxílio dos padres nas bênçãos e em alguns serviços de cura e se especializam na bênção da água e do incenso. Ao receber a Ordem, um exorcista assume o dever moral de se dedicar ao estudo de sistemas de cura e da perspectiva gnóstica da natureza do mal.
Membros da ORDEM DO ACÓLITO são responsáveis pelo zelo do altar e pela garantia dos objetos litúrgicos necessários para as diferentes celebrações. Eles são incumbidos de manusear o turíbulo em ocasiões especiais e devem cuidar da manutenção destes. Na ortodoxia, são os responsáveis por organizar procissões e, por vezes, de ajudar os Sacerdotes e Bispos com suas vestimentas. De maneira sintética, são considerados guardiões das chamas sagradas dos Santuários. O significado de Acólito vem do verbo acolitar, que quer dizer acompanhar no caminho.
Membros da ORDEM DO SUBDIÁCONO pertencem à última das Ordens Menores da E.G.A.L./E.G.R.A.A.L. Cabe a eles o auxílio do Diácono nas disposições litúrgicas. Também cabe a eles coordenar todos os Irmãos Menores nos ofícios que desempenham dentro do Santuário para que as funções sejam cumpridas em harmonia plena. Os Subdiáconos aprofundam-se no estudo da formação do pensamento cristão, focando-se na teologia patrística e na história das heresias.
Membros da ORDEM DOS DIÁCONOS pertencem à primeira das Ordens Maiores da Ecclesia Gnostica. Os Diáconos auxiliam os Sacerdotes nos exercícios litúrgicos e, para tanto, se dedicam ao estudo das liturgias e dos costumes da Igreja. Eles são diretamente auxiliados pelos Subdiáconos e se submetem a uma rigorosa disciplina de treinamento e a um intenso ciclo de desenvolvimento de habilidades de percepção sutil. Uma vez que precede o Presbiterado, o Diaconato é considerado a principal etapa formativa para os egressos ao Sacramento da Ordem.
Em virtude da força sacramental apostólica, os Fratres Minores estão no primeiro estágio do sétimo grau gnóstico (Barbelitas – Filhos do Senhor; Ministros da Serpente de Bronze ou da Estrela). São, portanto, Arautos da Ecclesia. A numeração dos mencionados Graus não deve gerar confusões. Evidentemente, ainda que exista um Sétimo Grau, em termos de consecução espiritual, o Sexto Grau de Zacheita é o mais elevado dentre todos os Graus Gnósticos.
O Appareillamentum (Preparação) é uma variação especial do Sacramento Marciano ministrado por Episcopi em Grandes Santuários da Gnose que prepara aquele que receberá a ORDEM DO PRESBÍTERO. O Diaconus que o recebe é considerado PLENO e elegível para receber o Sacerdócio. Não se trata, contudo, de uma Ordem, mas de um importante Sacramento preparatório que perpetua uma antiga tradição.
Membros da ORDEM DO PRESBÍTERO são eternamente Sacerdotes de Cristo, cabendo a eles administrar Sacramentos aos fiéis (Batismo da água, Comunhão, Melhoramentum, Matrimônio e Unção Pleromática), abençoar, interceder pela convocação da Invisibilidade, administrar um Santuário da Gnose, etc. Sacerdotes também são autorizados a transmitirem o Pater e praticam o Sanctus Mysterium Sacerdos cotidianamente. Para a recepção deste sacramento são necessárias quatro disposições:
- Vocação, isto é, ser chamado pela Sabedoria de Deus para o estado eclesiástico;
- Vida exemplar e devota;
- Suficiente clareza intelectual;
- Suficiente clareza espiritual.
Desse modo, por seus próprios méritos, os futuros Sacerdotes devem ter alcançado o Grau Gnóstico de Codianista (Aluno Perfeito). O Divino Ofício e as Litanias próprias devem ser observados como ato preparatório para a ORDENAÇÃO.
Em virtude da força sacramental apostólica, os Sacerdotes estão no terceiro estágio do Sétimo Grau Gnóstico (Barbelitas – Filhos do Senhor; Ministros da Serpente de Bronze ou da Estrela). São, portanto, Veneráveis Mestres Eleitos da Ecclesia.
Por fim, membros da ORDEM DO EPISCOPE são aqueles que receberam a plenitude do Sacramento da Ordem. Administram os Grandes Santuários da Gnose que exercem função de dioceses gnósticas, englobando determinado número de Santuários. Atuam sintonizados com as decisões do Collegium Pontificum e do Synodus Magnus e se reportam aos Pontifex Primus e Pontifex Primus Adjutor. São os únicos autorizados a administrar os Sacramentos do Batismo do Fogo, do Appareillamentum e da Ordem e a autorizar Ritos de Armações. Imprimaturs são responsabilidade direta de membros dessa Ordem que foram eleitos como Pontífices em virtude de notoriedade no ministério.
Em virtude da força sacramental apostólica, os Episcopi estão no quarto e último estágio do Sétimo Grau Gnóstico (Barbelitas – Filhos do Senhor; Ministros da Serpente de Bronze ou da Estrela). São, portanto, Grão-Mestres da Chave da Ecclesia.
86. O que é a Ordem da Pomba do Paráclito?
A E.G.A.L. perpetua o legado tradicional da antiga Ordem Santa dos Cavaleiros Faiditas da Pomba do Paráclito (Ordre Saint des Chevaliers Faydits de la Colombe du Paraclet), ou, simplesmente, Ordem da Pomba do Paráclito (Ordo Columbae Paraclitus). A O.P.P. foi instituída por Jules Doinel para conectar a Restauração da Gnose ao albigensianismo cavaleiresco do século XII e foi estabelecida por bula patriarcal em 1893. Os estatutos foram desenvolvidos e aprovados por Sinésio em Paris, em maio de 1900. O objetivo de Doinel com o estabelecimento da Ordem foi o de agrupar em torno da Igreja um exército de honra, constituindo uma Ordem Terceira Gnóstica. A fórmula de armação, ainda hoje preservada, é composta pelos dizeres: “por São João e pelos Mártires, eu te faço Cavaleiro. Seja fiel, leal e puro”. A Ordem recompensava os membros da Igreja por serviços prestados por meio de dois graus: Cavaleiro Faidita da Pomba do Paráclito e Comandante de Cavaleiros. Em virtude das características das sucessões gnósticas internamente perpetuadas, todo Episcopus da E.G.A.L./E.GRAAL é Comandante de Cavaleiros da O.P.P. Os Sacerdotes, por sua vez, podem professar os votos de Comandante a fim de regularmente sagrarem novos Cavaleiros em seus Santuários da Gnose.
Os mártires reverenciados pela O.P.P. são os Cavaleiros e Perfeitos, Perfeitas e Diaconisas da tradição albigense, imolados nos campos de batalha do sul da França ou condenados pela Inquisição. A martirologia da Ordem compreende nomes como Guilhavert de Castres, Pons d’Adhémar, Esclamonde de Foix, Roger de Foix, Raymond de Toulouse, Correti de Languedoc etc. Outros mártires, como os Templários e demais heréticos perseguidos pela Inquisição, foram paulatinamente sendo inseridos e homenageados pela Ordem. Os faiditas, em particular, foram senhores e cavaleiros do Languedoque que, acusados ou de heresia ou de acobertar a heresia, foram privados de seus feudos e terras, doados como recompensa aos participantes da Cruzada Albigense. Muitos deles opuseram forte resistência à ocupação da região pelas tropas do soberano francês.
O trabalho da O.P.P., relacionado ao reconhecimento, à memória e à proteção das antigas heresias, evidentemente é distinto do trabalho da Militia Sedes Sapientiae da Igreja Joanita. A O.P.P. e a M.S.S. reconhecem-se como legítimas Ordens de Cavalaria, mas, com relação a essa última, seu trabalho relaciona-se à cura e à entrega devocional ao sagrado feminino.
Na O.P.P., os Cavaleiros utilizam o manto branco com a cruz pateada, que pode ser vermelha ou roxa. Os Comandantes de Cavaleiros utilizam um colar com uma Cruz Cátara e os Cavaleiros das Quatro Rosas, para além do cíngulo dourado, utilizam um colar com uma joia em formato de pelicano.
87. O que é o Summum Supremum Sanctuarium?
O Summum Supremum Sanctuarium, que atua em comunhão com os Grandes Priorados Herméticos da Rosa+Cruz Dourada do Canadá e da América Latina (mas se mantém soberano e independente)e também com outra instância europeia, vela pela preservação e pela perpetuação de ritos iniciático esotéricos e herméticos da Tradição Esotérica Ocidental. Desse modo, chancela a formação de Lojas da Tradição Esotérica Ocidental e supervisiona seus trabalhos.
O Summum Supremum Sanctuarium é dirigido por um Concílio de Patriarcas Grandes Conservadores que responde ao Collegium Pontificum e que possui na figura do Grande Conservador Geral a Cabeça Externa da Ordem – porta-voz do Concílio.
88. O que é a Ordem dos Irmãos Iluminados da Rosa+Cruz?
A Ordem da Pomba do Paráclito é um dos pórticos de entrada possível para a Ordo Illuminati Rosae+Crucis. Dentro da Tradição, o Serviço à Luz e a aplicação da Sabedoria Arcana em prol da Grande Obra são indispensáveis e essas são as razões necessárias para o acesso à Ordo. A armação do primeiro grau da Ordo, Cavaleiro das Quatro Rosas, refere-se a transmissão de um complexo “nó iniciático”. A formação da Ordo contou com o patrocínio de diferentes linhas ou expressões tradicionais rosacrucianas e cavaleirescas.
O influxo espiritual rosacruciano encontra sua origem em diferentes legados da R+C, uma vez que foi primeiramente impulsionado por Iniciadores Regulares nas Tradições da R+C de Ouro do Antigo Sistema, da Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix, da R+C Esotérica e Astral do Egito, da R+C d’Oriente, dos Irmãos Asiáticos, EASIA-EASIE, dos Irmãos da Luz, da R+C de Kilwinning, do Ritus Antiquus Aegypti, da F. R. Antiqua, dos Irmãos Antigos da R+C, da Cadeia S.C. e de outras linhas que, por características tradicionais, devem ser mantidas sob o manto do silêncio.
Com relação à herança cavaleiresca, por um lado, ela encontra sua origem em uma transmissão perpetuada desde a noite dos tempos, século a século, de cavaleiro a cavaleiro, através da Ordem de São Miguel, da Ordem do Espírito Santo, da Ordem do Tosão de Ouro e da Ordem de São Lázaro e que atingiu e penetrou na Ordem Martinista pela ação direta de um conde. Por outro, na transmissão ininterrupta da linhagem do Barão de Hund, pela via que se inicia na Ordem do Templo e alcança a Ordre de Saint-André du Chardon de Robert Bruce e a Stricte Observance Templiere. A herança, por outras vias, fluiu por meio da Ordem de Rafael, da Ordem de São Marcos e da Irmandade da Cruz. Sua origem também remonta à Ordem Teutônica por meio da Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, às tradições rosacrucianas e maçônicas já citadas, bem como à Ordem do Templo, por meio da sucessão da Milicia Trium Crucium que reconhece o grau de Cavaleiro das Quatro Rosas como uma patente regular de Cavaleiro do Templo sob a denominação de Cavaleiro do Pelicano.
Essas expressões são as raízes tradicionais e históricas da Ordem dos Irmãos Iluminados da R+C – Ordo Illuminati, ancorada na R+C Oculta e invisivelmente perpetuada pela O.P.P., no seio da E.G.A.L./E.GRAAL.
89. Qual a natureza do trabalho do Collegium Pontificum?
A Tradição não perpetua a si mesma. É em razão dos esforços dos diferentes elos de nossas cadeias de sucessão que, hoje, encontramos no seio da comunidade de Iniciados um espaço privilegiado para a trabalho em prol da Iluminação e do Serviço altruístico pela humanidade. Respeitosamente, a E.G.A.L. se refere a esses elos como Mestres do Passado e neles reconhecemos a atuação de verdadeiros Veladores da Tradição.
Nem todos os Veladores trabalham de maneira aberta ou coletiva, estabelecendo Lojas ou Ordens e ganhando o merecido reconhecimento público de Mestres do Passado, mas que muitos deles, de acordo com o propósito do Trabalho com o qual se comprometeram, optam pelo serviço e pela perpetuação da Tradição no Silêncio. Nesse caso, os Veladores muitas vezes trabalham a partir de um selecionado e íntimo grupo e, em algumas circunstâncias, para que a Tradição seja preservada em tempos de adversidades políticas ou de guerras, seus discípulos sequer chegam a se conhecer. Uma vez que os Veladores são os responsáveis mais diretos pela preservação e pela perpetuação da Tradição, agem sob a inspiração e proteção dos Mestres do Tempo. São justamente eles que garantiram a perpetuação da Tradição do passado para o presente, bem como garantem sua sobrevivência do momento presente para o futuro. É também entre os Veladores que os Conhecedores (Iluminados) muitas vezes encontram o meio mais fértil para a frutificação das sementes espirituais que dispensam ao mundo.
No que tange à atuação dos Conhecedores, tem-se que uma Sociedade ligada ao Invisível por meio de um ou mais de seus chefes e cujo princípio de existência pode ser encontrado em um plano supra-humano costuma ser considerada como uma Sociedade de Iluminados. Esse é um ponto de grande relevância, pois uma das formas pelas quais uma Sociedade de Iluminados pode se manifestar é justamente pelo trabalho de um Velador, que estabelece uma Loja ou Círculo, ou, em algumas situações raras, quando, pela influência de um Velador, diferentes Lojas são agrupadas na formação de uma Ordem. Para além das estratégias do Trabalho na Intimidade do Silêncio ou do Trabalho em prol da formação de verdadeiras Sociedades de Iluminados, em algumas situações específicas, Veladores também podem formar pequenas e discretas células, muitas vezes secretas, para melhor servirem ao propósito da preservação da Luz da Iniciação.
O Collegium Pontificum, em outros contextos denominado Rosa+Cruz Oculta, é uma dessas células. Ainda que raramente se refiram a si mesmos como tal, seus membros são Pais ou Patriarcas Rosa+Cruzes e, no momento em que foram recepcionados na célula, submeteram-se a uma importante investidura de empoderamento espiritual.
90. Qual a missão do Collegium Pontificum?
Quando são formadas, células como o Collegium Pontificum assumem a missão de concretização de propósitos bastante específicos. É bastante comum que as células se diluam a partir da realização dos propósitos por detrás da sua formação. Nesse caso, seus membros se espalham, aguardando o momento em que a necessidade os guiará para a formação de novas células. O propósito conhecido ao qual os Pontífices do Collegium se dedicam é triplo: 1 – A difusão, por meio de organizações emanadas ou irmanadas, do Conhecimento Arcano pelo ensino dos princípios fundamentais do Movimento Rosa+Cruz; 2 – A manifestação, para o mundo, do antigo Sacerdócio Iniciático conforme a tradição da Igreja Invisível; e 3 – O Serviço à Iniciação por meio da liberação, para o mundo, e da transmissão, para os Iniciados selecionados, de um poderoso influxo espiritual rosacruciano e cavalheiresco.
O segundo dos propósitos conhecidos relaciona-se com a razão de ser da E.G.A.L. Com relação à realização do primeiro e do último propósitos conhecidos, a Ordem dos Irmãos Iluminados da Rosa+Cruz (Ordo Illuminati Rosae+Crucis ou, simplesmente, Ordo) foi escolhida pelo Collegium para trabalhar como sua exteriorização mais visível. A Ordo é composta por dois círculos ou graus, sendo o primeiro transmitido por meio de uma cerimônia de armação, que confere ao impetrante a dignidade de Cavaleiro Rosa+Cruz, também conhecida como Cavaleiro do Pelicano ou Cavaleiro das Quatro Rosas. Os cavaleiros são instruídos em conformidade com a Tradição dos Irmãos do Oriente, velam pela prática da mais pura forma de hesicasmo e de alquimia espiritual. São selecionáveis para a armação aqueles Iniciados que demonstraram possuir verdadeiros méritos na aplicação do conhecimento arcano em favor da comunidade e do Serviço à Luz. A seleção é rigorosa. Por sua vez, o segundo grau da Ordo é o de Irmão Iluminado da Rosa+Cruz, é reservado a Sacerdotes da Igreja do Graal, e confere a dignidade de Mestre Iniciador. Em determinadas situações, os membros do Segundo Grau costumam convocar a presença dos membros do primeiro para a celebração da Liturgia do Collegium ad Spiritum Sanctum.
91. Fisicamente, como um Santuário da Gnose é organizado?
O Santuário é orientado para o Leste e as cadeiras são dispostas de maneira a formar o CÍRCULO DA ASSEMBLEIA. Os Santuários são circulares e os membros da Assembleia o circulam sempre no sentido horário. Uma exceção, contudo, pode ser destacada: os diáconos, em seus movimentos, perfazem linhas e ângulos perfeitos e não necessariamente obedecem o sentido horário em sua movimentação – são os responsáveis pela quadratura do círculo. O CENTRO do Santuário é o seu RECINTO SAGRADO – o Sanctum Sanctorum do Santuário da Gnose – e não deve ser cruzado em momentos não previstos pelas liturgias gnósticas. Seis membros da Igreja auxiliam o Sacerdote na liturgia. Totalizando o número sete, cada qual corresponde a um centro celeste, sendo que o oitavo céu é o próprio Centro, local a partir do qual importantes Sacramentos são realizados. O símbolo do pelicano bicando o próprio peito para alimentar sete filhotes é um emblema preciso do processo da manifestação de Logos pelos Sete Sacramentos planetários, constituindo uma representação ímpar para o Círculo da Assembleia de um Santuário. Nesse caso, o peito do pelicano é a representação do Centro do Santuário, ponto maior de concentração da Presença feminina de Shekinah – a Sabedoria Divina.
92. São dois os altares?
Sim. O ALTAR DA CRUZ é posicionado no leste do Santuário, fora do Círculo da Assembleia. Em sua porção central, uma Cruz, geralmente ladeada por seis castiçais, é disposta. Esse altar é belo, adornado com flores, geralmente rosas, lírios brancos ou estrelas de Belém, e com Ícones ou Imagens Sacras que são distribuídos sobre ele de maneira harmônica. O pão transubstanciado que não foi consumido durante a liturgia é guardado no Altar da Cruz em um Ostensório ou em um Cibório próprios. Os três Óleos Santos da Ecclesia, ou seja, os óleos do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos, também são discretamente guardados no Altar da Cruz. A Cruz do Altar e o Círculo da Assembleia, cuja abertura é encontrada no Oeste entre o Porteiro e o Leitor, perfazem a verdadeira Mônada Hieroglífica rosacruciana.
O ALTAR DO SACRIFÍFIO é posicionado ao leste, no Círculo da Assembleia. Ele é ladeado por dois Lumina e, em seu centro, uma LAMPARINA preserva a CHAMA-FONTE. O LEVITIKON é exposto sobre este Altar. Na liturgia da comunhão, sobre ele também são posicionados o GRAAL (Cálice) e a PATENA, sobre o CORPORAL BRANCO e cobertos pela PALA ROXA. Nos Santuários, é comum que a substituição da Pala por um VÉU ROXO seja adotada. A Cátedra é a cadeira do celebrante e é posicionada, no Círculo da Assembleia, entre o Altar da Cruz e o Altar do Sacrifício. O conjunto da Cátedra com o Altar do Sacrifício está no ponto de contato exato entre a Cruz do Altar e o Círculo da Assembleia. Cadeiras adicionais, na porção detrás do Altar do Sacrifício, são adicionadas quando são recebidos Pontífices e Episcopi que se dispensem da prerrogativa de conduzirem a liturgia.
93. O que são as credências?
O diácono e a diaconisa posicionam-se, no Círculo da Assembleia, respetivamente, à direita e à esquerda do Altar do Sacrifício. Eles contam com Credências (pequenas mesinhas) e são ladeados, respectivamente, por uma subdiaconisa e por um subdiácono. A CREDÊNCIA DA DIACONISA dispõe de água e sal bentos, bem como do Sanguinho utilizado para secar o Graal, da caldeirinha, do aspersório e da galheta de água. A CREDÊNCIA DO DIACONO dispõe de incenso e carvão bentos, bem como da naveta que porta o incenso, do manustérgio utilizado para secar as mãos do Celebrante no momento de purificação, e da galheta de vinho.
94. Em que o calendário litúrgico está ancorado?
A E.G.A.L., em consonância com a memória da Tradição Cristã Prístina, tem no SOL visível um emblema ou símbolo do LOGOS invisível. Seu Calendário Litúrgico rememora a história de NASCIMENTO, MORTE SACRIFICIAL (CRUCIFICAÇÃO) e RESSUREIÇÃO – IAO – do DEUS SOLAR, REX MUNDI que, em diferentes ramos dos Mistérios, nasce no solstício de inverno (hemisfério norte), no momento em que o signo da Virgem eleva-se no horizonte. Embora a data do nascimento seja fixa (posição solar fixa), o mesmo não ocorre com a data da sua morte (posição solar variável).
O Calendário Litúrgico da E.G.A.L./E.GRAAL, portanto, não se vincula diretamente a quaisquer narrativas históricas, mas aos movimentos cíclicos da LVX MUNDI e aos enredos míticos que os desenvolveram. Ele também prevê dias de celebração para Arcanjos, Santos e Mártires de relevância tradicional e os Santuários podem escolher festividades próprias, como a celebração do dia do Santo que nominalmente os apadrinha.
95. Quais as principais datas do calendário gnóstico?
O Solstício de INVERNO, a noite mais longa do ano, recorda as trevas nas quais a humanidade está imersa. A escuridão é necessária para que a renovação da Luz se manifeste. No dia 25 de dezembro, celebra-se o retorno da Luz na forma da Natividade da Criança Solar. Dia 27 é o dia de São João Evangelista, quando se reverencia o nascimento da Tradição Joanita da Igreja Interior. A Epifania (Dia de Reis) é fixada no dia 6 de janeiro. Trata-se da Celebração da Manifestação – da aparição e do reconhecimento, por parte dos Magos do Oriente, do nascimento da Luz. Preserva a memória dos dois nascimentos, uma vez que se refere ao nascimento físico e ao espiritual (epifania a João Batista no rio Jordão), bem como da realização espiritual (epifania aos discípulos, início do ministério). Na Tradição Gnóstica, é um dia de introspecção e recolhimento celebrativo.
A Candelária (Purificação da Virgem) é celebrada dia 2 de fevereiro, 40 dias depois da Natividade da Criança Solar. Tal período é o coração do Inverno e, na Candelária, os lumina da Igreja, que serão usados ao longo do ano, são abençoados em memória e celebração da iminente vitória da Luz. No dia 14 de fevereiro, nossas comunidades também celebram a memória de São Valentim, que viveu no segundo século, em Alexandria.
A Quarta-Feira de Cinzas, que é o início da Quaresmo, ocorre 40 dias antes da Páscoa. O período da QUARESMA sucede ao carnaval e rememora a necessidade da purificação interior. Recomenda-se que, especialmente nesse período, os Sacerdotes pratiquem diariamente o Sanctus Mysterium Sacerdos e que os Neófitos observem diligentemente o Pater e se foquem no Trabalho dos Dez Reconhecimentos. Como mencionado, a Quarta de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma. Nesse dia, a Assembleia é marcada na fronte pelo sinal da cruz feito com cinzas. “Lembre-se, oh Alma, que o corpo é pó e ao pó deve voltar”. A marca é lavada somente depois do pôr do Sol.
O dia 16 de março reverencia a memória dos Albigenses. Trata-se de um dia de especial relevância para os Cavaleiros da Ordem da Pomba do Paráclito. O dia 24 de março celebra São Gabriel, o Arcanjo da Água e da Anunciação. O Equinócio da PRIMAVERA, Ano Novo Astrológico, é um momento de equilíbrio mágico e renovação da Vida pelo triunfo da Luz.
A Semana Santa começa 8 dias antes da Páscoa, com o Domingo de Ramos. Nesse dia, comemora-se a entrada triunfal em Jerusalém – o triunfo temporário da Luz que precede seu obscurecimento e renovação. O ramo da palmeira é um símbolo de realeza (seu movimento é uma saudação ao rei). A Quinta-Feira Santa, ou Quinta-Feira de Endoenças, que é a quinta-feira antes da Páscoa, comemora a perpetuação do Sacramento da Comunhão. Perpetua a tradição de se lavar os pés (húmus necessário à recepção da Gnose) e é o dia da consagração dos óleos santos pelos Bispos. Na Sexta Santa, os Mistérios da Cruz e do Sacrifício são rememorados – os Mistérios do Redentor da Redentora. No Sábado Santo, a Benção do Fogo é realizada fora do Santuário, onde o Círio Pascal é incensado. A Assembleia está em trevas, mas a Luz retornará. Neste dia, no período entre morte e ressurreição, os ramos da Ecclesia celebram a Liturgia do Cristo Negro. A Luz atinge o Mundo dos Mortos. Depois da descida aos Infernos, a Páscoa demarca a celebração da Ressurreição da Luz e sua data é fixada no domingo depois da lua cheia posterior ao equinócio.
Quarenta dias depois da Páscoa, na Ascensão, a Luz, a Flor do Pleroma, retorna aos céus. Nesta celebração, o Círio Pascal é extinto. A Festa de Pentecostes ocorre dez dias depois, ou seja, cinquenta dias depois da Páscoa. Depois da ascensão da Luz, a Pomba (Espírito Santo) realiza a promessa da Paz sobre os Apóstolos e sobre a Theotokos (Portadora de Deus). A Luz habita nos discípulos e na Mãe.
A lua cheia de maio é muito importante e nós a chamamos de Lua da Sabedoria. A ascensão da Luz não impede que os merecedores a encontrem. Esta data celebra a transmissão secreta da S.G. no Silêncio e no Isolamento e a realização espiritual dos eleitos. É uma data propícia para o Sacramento do Batismo do Fogo (Consolamentum).
Santo Uriel, o Arcanjo da Terra, é celebrado em conjunto ao Solstício de VERÃO. Para a Ecclesia Gnostica, esse dia demarca o início do tempo comum. A prática das fogueiras simboliza a Luz que, ainda resplandecente na consciência dos Iniciados, pode ser alcançada pelo povo nos Mistérios Menores. Os Perfeitos costumam se reunir nesse dia para a celebração da Liturgia da Missa da Luz.
No dia 24 de junho, comemora-se a memória de São João Batista, o “Homem da Luz”, que iniciava as pessoas nos Mistérios Menores. É um momento para o aprofundamento da consciência na Luz e nos motivos de protegê-la. Santo Elias, patrono de nosso Santuário Primaz, é celebrado no dia 20 de julho. Nesse dia, a Liturgia R+C é observada.
No dia 22 de julho, celebramos a memória de Santa Maria Madalena, a Codianista que recebeu a plenitude da S.G., e a assunção de Maria Sofiânica é por nós recordada no dia 15 de agosto. Essa data celebra a promessa da Restauração da Gnose – a Era do Espírito Santo – por meio dos símbolos da ascensão aos céus de Maria e Sofia. No dia da Natividade da Virgem, dia 8 de setembro, a Ecclesia Gnostica rememora a descida de Sofia. Esse dia é chamado de Natividade de Anima Mundi. Em nenhum momento a humanidade é abandonada nas trevas.
O Equinócio do OUTONO é um momento de equilíbrio mágico e de renovação interna por meio dos Mistérios da Câmara Nupcial. No dia 29 de setembro, celebra-se São Miguel, o Arcanjo do Fogo, Príncipe da Milícia Celeste. No dia 4 de outubro, celebra-se a memória de São Francisco. Nessa data, comemora-se a criação gloriosa em suas mais diversas criaturas e expressões. São Jacques de Molay é lembrado no dia 13 de outubro. Essa é a celebração do Mártir da Fidelidade e do martírio dos Cavaleiros da Ordem do Templo. Nesse dia, a Liturgia da Ceia de Emaus é observada.
No dia 1º de novembro, dia de “Todos os Santos”, todos os Santos Gnósticos são rememorados, bem como os Antigos. Pede-se para que, no devido tempo, a Assembleia possa se juntar aos líderes da Luz. Esse é o dia da fundação da nossa Igreja. O dia de Todas as Almas, 2 de novembro, é o dia do Requiem Geral. Ora-se pelos mortos e gratidão é expressa para com os antepassados.
No dia 30 de novembro, celebra-se a Memória do Apóstolo André. O Advento acontece quatro domingos antes da Natividade da Criança Solar. O Tempo do Advento é preparatório para a celebração da Natividade. É um tempo de trevas, de recolhimento e de silêncio, que precede o renascimento da Luz no e para o mundo. No dia 22 de dezembro, celebra-se São Rafael, o Arcanjo do Ar, a Cura de Deus que, durante o Tempo do Advento, regenera o mundo para o recebimento da Luz.
E com a chegada da Natividade, mais um ciclo é iniciado…
96. O ano litúrgico segue a distribuição de cores da Ortodoxia?
Essa atribuição não encontra nenhuma correspondência em nossa Tradição, que toma o roxo, o dourado, o prateado e o vermelho como suas cores. Por essa razão, as cores de nossas paramentas não variam durante o ano. O calendário da E.G.A.L. está ancorado em ritmos cósmicos muito específicos.
97. A E.G.A.L. mantém relação com outras igrejas?
De um ponto de vista tradicional, há uma só Ecclesia, santa, católica e apostólica, de forma que a E.G.A.L. considera-se irmanada em espírito com todas as igrejas católicas legítimas, sejam elas gnósticas ou não.
Particularmente, contudo, a E.G.A.L. mantém uma relação de estreita irmandade com a E.C.A. S+ I+, a Ecclesia Catholica Apostolica Sancti Iohannes, ou, simplesmente, Igreja Católica Joanita.
98. Por que é assim?
Porque o Pontifex Primus e o Pontifex Primus Adjutor da E.G.A.L. são, respectivamente, Patriarca Primus Adjutor e Arcebispo Primaz Adjunto e Patriarca Primus e Arcebispo Primaz da E.C.A. S+ I+. Isso quer dizer que ambas as igrejas foram por eles fundadas como expressões distintas, independentes e autônomas do seu ofício apostólico uno e indissociável.
99. Isso quer dizer que os fundadores de ambas as igrejas não as consideram completas em si mesmas como veículos aptos a transmitir os Mistérios Cristãos?
De forma alguma! Ambas, E.G.A.L. e E.C.A. S+ I+, são veículos eclesiais completos e autossuficientes da Ecclesia una, santa, católica e apostólica. Os fiéis da E.G.A.L. não são compelidos de forma alguma a se tornarem fiéis da E.C.A. S+ I+, não se lhes diz que isso seja necessário e tampouco há qualquer insinuação para que integrem, concomitantemente, esses dois veículos eclesiais, embora muitos participem ativamente de ambos. Tão somente àqueles que manifestam o desejo de receber o Sacramento da Ordem é que se exige que estudem os corpi doutrinários tanto da E.G.A.L., quanto da E.C.A. S+ I+, independentemente da sua intenção de serem ordenados apenas numa delas ou em ambas.
100. Mas por que optaram esses bispos por criar duas igrejas distintas? Não seria mais produtivo concentrarem seus esforços tão somente num único veículo eclesial?
Os bispos fundadores da E.G.A.L. e E.C.A. S+ I+ são depositários de um vastíssimo depósito tradicional cristão, alicerçado em inúmeras linhagens de sucessão apostólica tanto gnósticas, quanto ortodoxas (por exemplo, Igrejas Ortodoxas Orientais, Igreja Católica Romana, Igreja Velho-Católica e Igreja Católica Liberal). Assim, não lhes cabia optar por trabalhar com esta ou com aquela veia cristã, vez que foram feitos herdeiros, depositários e perpetuadores de todas elas. Não lhes era permitido, ainda, trabalhar todas essas sucessões apostólicas num único corpo eclesial, pois isso acarretaria um sincretismo de efeitos nocivos, pois as macularia enquanto expressões puras da mesma Tradição Prístina.
Optaram esses bispos, assim, por agrupar o corpus doutrinário cristão gnóstico no seio da E.G.A.L. e o corpus doutrinário cristão não gnóstico no seio da E.C.A. S+ I+. Assim, ao passo que a E.G.A.L. é herdeira, depositária e perpetuadora do Gnosticismo Cristão, a E.C.A. S+ I+ é herdeira, depositária e perpetuadora do Esoterismo Cristão (que não se confunde com o que alguns denominam cristianismo esotérico).