Mais antiga do que o próprio cristianismo, a Ordem de Melquisedeque vem perpetuando, há milênios, uma linhagem ininterrupta de sacerdotes dedicados à implantação e à difusão dos Mistérios da Luz Primordial.
Nossa organização, na qualidade de legatária dessa augusta Ecclesia Pristina, oferece as vias gnóstica e interior aos membros que sentem o chamado interno ao sacerdócio. Detendo mais de uma centena de linhas apostólicas válidas, podemos adiantar que, sob o prisma do gnosticismo, perpetuamos os esforços de Jules Doinel e de Jean Bricaud, ao passo que sob o viés interior ou esotérico, estamos alinhados às propostas de Bernard-Raymond Fabré-Palaprat, Arnold Harris Mathew e Valentin Tomberg.
Um texto interno, devidamente adaptado ao propósito de instrução pública, bem retrata o espírito dessa via sacerdotal:
“Nos primórdios da história humana, os Antigos vieram ter com o homem primitivo e presentearam-no com a Centelha Divina, a Consciência de Si, a Chama Imortal que faz dele um ente especial ante toda a criação, intermediário entre as criaturas terrenas e os seres celestiais. Essa a raiz do mito grego de Prometeu e a chave que descortina novos horizontes no mito da Queda.
Aos mais aptos dentre esses homens, ensinou-se o Mistério Inefável pelo qual a união entre o Sensível e o Suprassensível pode operar-se. Por meio de uma outorga espiritual associada a antigos e misteriosos ritos, esses primeiros sacerdotes puderam tornar o Mundo Celestial uma realidade palpável aos seus irmãos de jornada.
Tendo atingido esse culto sacerdotal o seu esplendor na civilização egípcia, espalhou-se ele pelo mundo ocidental por meio do povo hebreu. Nos antigos manuscritos judaicos, uma misteriosa figura, nem homem, nem anjo, sem pai, sem mãe e sem nação, figura como o protótipo do sacerdote e símbolo d’Aquele que conferiu ao homem o seu lugar único no plano da Criação. Seu nome, Melquisedeque.
Assim é que, século após século, os verdadeiros Iniciados vêm empreendendo esforços ingentes e sacrificiais, a fim de preservar a Tradição dos Filhos da Luz Primordial, na esperança de que, um dia, ela possa brilhar no mundo exterior em todo o seu esplendor e assim dissolver as profundas trevas que o encobrem.