No último Natal, compartilhei com alguns irmãos uma reflexão que gostaria de retomar. A missão da Ordem Martinista e do Priorado claramente especifica que o Serviço deve transcorrer para a glória do Grande Arquiteto. Trata-se de algo que ressoa com o Salmo 115, de onde a máxima dos Cavaleiros do Templo foi extraída, de um aspecto da tradição que deve ser valorizado.
Talvez o oriente esteja à frente do ocidente no que concerne à clareza a respeito do que o Serviço de fato é. Nossa cultura é demasiadamente hedonista para compreender a profundidade do ideal do Serviço. O Karma Yoga (कर्म योग) é a integração (yoga) pela dedicação de todas as ações e seus frutos à divindade. No ocidente, algo semelhante é encontrado no método de São Luis de Montfort para a entrega à Cristo pelas mãos de Maria. Nessa fórmula devocional, que retomarei em algum post futuro, os méritos de nossas ações são entregues à Nossa Senhora. De todo modo, gostaria de destacar que o Karma Yoga, no oriente, é o que no ocidente, particularmente nos meandros da Cavalaria Espiritual, chamamos de Serviço. É exatamente isso que procuramos realizar no seio da Tradição, o Serviço desinteressado para a humanidade, o Serviço entregue à divindade.
Para o Serviço, em “Pobreza”, “Castidade” e “Obediência” (no sentido iniciático e esotérico), devemos nos libertar da ambição, da raiva e do egoísmo. Devemos expandir nosso coração, amar nossos irmãos, praticar a ação desapegada. Devemos estar certos de nossa motivação, confiar no Plano Divino e conservar a pureza de nossos propósitos. Enquanto células da Tradição, essa vigília deve ser constante.
NON NOBIS DOMINE, NON NOBIS, SED NOMINE TUO DA GLORIA!
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