Ao longo das eras, muito se tem discutido e divulgado sobre este tema.
Algumas informações geram confusão, mas também revelam muitas verdades. Algumas dessas verdades vieram de personalidades que influenciaram nossas vidas e pensamentos, enquanto outras morreram de nossa própria jornada interior, mesmo influenciada pelas primeiras.
Assim como Dante Alighieri, precisamos adentrar em nosso próprio eu enfrentando o inferno das paixões e dos vícios lutando contra nossos próprios demônios, para, enfim, até mesmo em direção a uma luz paradisíaca. Essa luz pode ser inatingível, mas sempre será um objetivo para além deste ciclo temporal. Visita Interiora Terra, Retificando que, Invenies Occultum Lapidem (Visite o interior da terra e, retificando, encontrarás a pedra oculta)
A Iniciação representa uma jornada importante em nossas experiências neste plano. Nos textos místicos antigos, ela era vista como um conjunto de provas que determinavam a capacidade de um jovem atingir a maioridade e assumir responsabilidades. Essas provas abrangem os aspectos físicos, intelectuais, morais e, às vezes espirituais, para os escolhidos.
Assim como um cavaleiro precisava provar a sua bravura no campo de batalha, demonstrando não apenas a quantidade de inimigos abatidos, mas também sua postura diante dos outros, conquistando o respeito e refletindo através da honra. Da mesma forma, todos nós precisamos superar os 12 trabalhos de Hércules se aspirarmos a reintegração, que é o objetivo da verdadeira iniciação, por exemplo, questionemo-nos:
Quantas vezes ao dia agimos corretamente mesmo com aqueles que não agem corretamente conosco?
Quantas vezes resistimos a um impulso destrutivo da mente, como a inveja, cobiça, ciúme, raiva, culpa ou ressentimento?
Muitas vezes encontramos felicidade na presença de coisas simples: um pôr do sol, uma obra de arte, um relacionamento estável?
Reconhecer que a verdadeira Iniciação não é um processo fácil nem igual para todos. Ela pode durar toda uma vida para alguns, enquanto outros alcançam em um instante. Às vezes, pode até não se manifestar. Os místicos são realmente diferentes dos demais. São pessoas comuns que bateram à porta do Templo e carregam a pretensão de acender a algo superior, à realidade da qual vivemos apenas na sombra.
O desenvolvimento espiritual, traduzido pela capacidade de ouvir a voz interior com intensidade e frequência crescentes, sempre diferenciou os homens. Alguém já disse:” não há boas ou más pessoas, o que existe são pessoas mais ou menos conscientes, mais ou menos elevadas espiritualmente” – lembrem-se da alegoria da caverna de Platão e ousem olhar para fora! Refletindo sobre nossa trajetória individual, é importante ressaltar que a preparação é fundamental para iniciarmos o processo de Iniciação. Assim como “não se coloca vinho novo em barris velhos”, não podemos implementar novas ideias em mentes cristalizadas e fechadas. Portanto, a Iniciação requer preparação prévia, abrindo novos caminhos para a chegada do Messias interior.
O ritual de batismo iniciante (Iniciação) é formal, assim como muitas cerimônias em nossas vidas, no entanto, qual é o valor das cerimônias formais se não tem o poder de transformar seus participantes? O que importa a beleza de uma cerimônia de casamento se os noivos não demonstram seu amor?
As iniciações martinistas, lembrem-se de que cada vez que entramos em um lugar sagrado estou passando por uma iniciação por si só.” Descalçai as sandálias, pois o chão que pisares é terra santa (Atos 7:33)”, para isso, é exigido que venham preparados. Em suma, se o homem é considerado livre e de bons princípios, ele já percorreu o seu caminho de preparação para a iniciação. Quando conseguir viver esses princípios diariamente, ouvindo e seguindo a voz de seu Mestre Interior, ele terá deixado de ser um neófito.
Tanto na forma quanto no conteúdo, o batismo iniciatico difere, por exemplo, do batismo religioso. O primeiro carrega o pretendente com uma responsabilidade maior, envolvendo todas as faculdades do indivíduo no sentido de seu trabalho interior e sua produção espiritual a Deus do seu coração e da sua compreensão. O segundo, baseado na fé, na humildade e na obediência ao dogma corporativo.
Em resumo não há nada completamente certo ou errado em um desses caminhos. O que importa é que cada um encontro em seu verdadeiro propósito e siga com sinceridade, assumindo a responsabilidade por suas escolhas. o verdadeiro mestre é aquele que, após passar por suas provas iniciáticas, utiliza sua sabedoria para construir seu próprio dogma e aplicado na edificação do seu Templo interior.
Lembre-se de que o dogma ou ideal é apenas uma visão da verdade, dependente do seu criador – duas pessoas com o mesmo nível de elevação espiritual e cultural podem ter visões diferentes ou convergentes. Ao longo da história, existiram homens mais conscientes espiritualmente que lideraram a humanidade com sabedoria, fazendo-a evoluir e sair das trevas. No entanto, quando a liderança caiu nas mãos de pessoas obcecadas pelo poder material, houve retrocesso e destruição de instituições.
A queda da humanidade e suas instituições é responsabilidade de todos aqueles que, elevados espiritualmente, não souberam se manter assim. Em qualquer ponto de nossa evolução interior, é fácil retroceder para patamares inferiores. Subir a escada de Jacob é difícil, mas manter-se no topo é ainda mais desafiador, pois as escolhas se tornam mais históricas e as consequências, mais intensas.
Essas são as bases interiores que o homem deve consolidar para que possa se manifestar no mundo matéria, alcançando o sucesso almejado nesta vida. As Ordens são instituições construídas no mundo material – portais materiais para o espírito; por isso, precisam de homens renovados, pois somente eles garantem sua manutenção e evolução futura.
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